terça-feira, 11 de agosto de 2015

depois que algumas histórias acabam...

Deram suas vidas e seus anos um ao outro. Viveram uma dessas relações difíceis de terminar. Por muito tempo acharam a vida feliz. Toda ela. Até que um dia aconteceu. Não foi de uma hora para a outra, nunca é, mas o fato é que aconteceu. O céu não amanheceu como o esperado, estava mais estreito, não tinha mais o mesmo anil. 
Difícil reconhecer, mas estava tudo lá, para quem quisesse ver. Tornaram-se estranha e delicadamente diferentes. Ainda assim tentaram. Mais um tanto de vezes. Mereciam. 
Mas a vida é urgente, já sabemos, e, gentilmente, um deles partiu. Partiu para guardar tudo o que havia sido tão bonito.
 
Um jeito lindo de encerrar uma história: renunciando para permitir que o próprio mundo, e o mundo do outro, voltasse a ser vasto.

Mas há que se partir de verdade, trazendo o corpo e o coração. Há que saber desgarrar, desfazer as amarras, revolver as raízes. E isso exige força. Força e coragem. 
Não basta só querer. Não fecha a conta. É preciso estar seguro, certo, para só assim poder estar pleno e esvaziado, pronto para merecer o que há por vir. 
Caso contrário o novo não vem.
Não vem.

E, quem sabe ainda, se a sorte lhe sorrir logo ali, na primeira esquina do acaso, você encontre um novo amor.
Assim, rapidamente. Quem sabe você descubra que com ele, em vez de respeitar as diferenças você possa amá-las. Você descubra que dessa vez quer ir até o extremo da entrega no amor, sem esconderijos, sem restos e sem retenções. Quem sabe você passe a querer tudo. Quem sabe descubra, finalmente, que há quem também queira.

E então você sinta uma alegria que nem sabia, e cuide, cuide porque nem consegue mais imaginar o que seria dos seus dias sem esse novo amor. 
Cuide porque não quer perder...
Afinal, você já conhece  a fragilidade natural do amor, e dessa vez quer caminhar pelo resto da vida ao lado de quem escolheu.

Solange Maia

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